Entrevista com Martha Medeiros

Muitos consideraram minha falha na última 5ª feira uma contradição. Eu que tive a idéia do tal blog não cumpri minha missão? “Mas esse blog é uma m… mesmo!”

Creio que muitos deveriam pensar um pouco mais antes de falar, principalmente quando o meu nome mistura-se indevidamente a uma porção de asneiras. Eu pensei, esperei pra falar, esperei pra postar e abaixo segue a prova de que ninguém leva este projeto mais a sério do que quem vos fala.

(Decidi transcrever a entrevista da forma original, para manter a ‘naturalidade’ e deixar os leitores do Contudo o mais perto possível desta ilustre personalidade que é Martha Medeiros)

Martha Medeiros:”Eduardo,

Olha, vai ter que ser jogo rápido, ok? Tô na maior corrida!”

Contudo (D.O.):“Entrevistas não importam nada, apenas satisfazem nosso voyeurismo.” Martha, depois dessa frase extraída de uma de suas crônicas imaginei que você não gostasse muito de dar entrevistas, estou certo ou você considera válido satisfazer esta necessidade de seus admiradores?

Martha Medeiros: “Eu adoro ler as entrevistas dos outros, mas quando a entrevistada sou eu, fico meio desconfortável, pois as respostas são sempre o resumo-do-resumo-do-resumo do que a gente é de verdade. Mas reconheço que é uma forma bacana de divulgar meu trabalho e de satisfazer a curiosidade dos
leitores sobre algumas coisas que penso.”

Contudo (D.O.): Pra quem não sabe você já trabalhou com Publicidade e Propaganda. Li em algumas fontes que tal função acabou por frustrá-la. É verdade essa tal frustração ou foi seu lado escritor que decidiu dar fim a sua caminhada pela PP?

Martha Medeiros: “Trabalhei 13 em propaganda, já tinha feito tudo o que tinha vontade nessa carreira, e a verdade é que eu era uma publicitária apenas razoável, não teria mais por onde evoluir, então surgiu a oportunidade de escrever crônicas e segui por esse caminho. Mas a época da propaganda não foi um
tempo perdido, eu aprendi muito com essa profissão e não seria a cronista que sou se não tivesse passado antes pelas agências.”

Contudo (D.O.): Muitas pessoas acreditam que o dom da escrita nasce com o seu dono, não há como desenvolver tal ‘mérito’. Com quantos anos você decidiu entrar neste mundo das palavras e como foi sua caminhada até assumir o cargo de colunista na Zero Hora?

Martha Medeiros: “O dom nasce com a gente, mas é preciso treiná-lo, desenvolvê-lo, não dá pra se achar um “eleito”, tem que ralar como todo mundo. Eu sempre gostei muito de ler e de escrever, mas nunca “decidi” nada, tudo em minha vida aconteceu circunstancialmente. Eu morava no Chile quando um amigo
jornalista foi me visitar e trouxe de volta, na bagagem, um texto meu para mostrar pro pessoal de ZH. Quando voltei a morar no Brasil, eles publicaram o tal texto e assim tudo começou.”

Contudo (D.O.): O dia das mães está ai e sabemos que você tem duas filhas. O que a mamãe Martha gostaria de ganhar neste dia especial?

Martha Medeiros: “Não sou muito ligada nessas datas comemorativas, eu almoço com elas todos os domingos, e este será apenas mais um. Elas estando por perto, e felizes, é tudo que eu quero.”

Contudo (D.O.): Finalizando, qual a sua dica para os jovens brasileiros que, indo contra o crescente fenômeno de desestruturação do hábito da leitura, querem seguir carreira através de suas produções literárias?

Martha Medeiros: “Sem ler, ninguém constrói carreira literária. Tem que ler muito, e também sair de trás do computador e agarrar a vida lá fora, porque vivência também ajuda bastante. É isso aí. Beijo!”

O Contudo agradece a simpatia e atenção de Martha Medeiros. Sempre fui admirador da escritora mas confesso que após esta entrevista o lado ‘gente como todo mundo’ de Martha mostrou-se digno de tal admiração também.

Concluindo, muitas pessoas próximas a mim duvidaram deste projeto, riram de minhas propostas e não levaram fé em nada do que eu comentava conforme o blog ia criando forma em meus pensamentos. Digo para tais pessoas que chamem seus amigos e parentes para duvidarem também, esse é o combsutível para que a excelência seja uma meta em constante busca neste blog. Muito obrigado a quem acreditou e acredita no Contudo, a lealdade de vocês é a nossa ‘nitro’ para alcançarmos nossos objetivos.

Abraços a todos e não se esqueçam de ler a nossa entrevistada no caderno Donna da Zero Hora dominical.